quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Porto Alegre: Desafios do Futuro

Nossa querida cidade, Capital de todos os gaúchos, referência no Mercosul, está passando por uma nova fase. É chegada hora do cidadão, ativo, participativo, que ao longo dos anos vêm contribuindo e decidindo sobre o dia-a-dia da cidade passe a pensar, nossa querida terra, com olhos no futuro.

O Brasil ao longo dos anos sofreu uma profunda transformação nas suas realidades habitacionais, na década de 60, quase 70% da população vivia no campo, produzindo seu sustento, ao lado da família, com seu lar para morar. Na década de 80 iniciou-se um processo, hoje chamado de êxodo rural, quando as famílias, principalmente seus jovens, começaram a migrar para as cidades, e as regiões metropolitanas, em busca de estudo, qualificação e empregos, que não alcançavam os mais diversos rincões do nosso país.

Com isso criaram-se duas Porto Alegres, em nossa Capital, uma regular, atendida pelo poder público, com saneamento, urbanização, atendimento mesmo que precário da saúde, transporte público e outra; a Porto Alegre irregular, que hoje é maior do que a área regular. A cidade irregular não obedece regras de urbanização, não tem cuidados com a saúde pública, não recebe os recursos mínimos para garantirmos uma vida digna as pessoas, que deixando sua terra, aportaram em nossa Capital.

Pensar o futuro da cidade, é um desafio muito grande, vendo os apontamentos do presente, quando moramos numa cidade onde 40% dos seus 1.300.000 moradores não são porto-alegrenses, onde 75% do mercado de trabalho formal é na prestação de serviços, e grande parte da população vive na ecônomia informal, cidade presa em um plano diretor que ignora as questões de trânsito e mobilidade urbana, que em pleno ano 2008 ainda não foi capaz de designar um traçado nem imaginário para implantação do seu metrô, uma cidade que precisa discutir suas parcerias público privadas na revitalização urbana das mais diversas áreas turísticas e comerciais. Uma cidade que ainda não implementou as operações urbanas consorciadas como instrumento para potencializar o desenvolvimento urbano, ecônomico e social da cidade de modo integrado.

O desafio começou e cabe a cada um de nós participar ativamente dos processos de discussão da cidade com os poderes constituídos, pensar a cidade de maneira estadista, acabar com discursos ideológicos, e transformar nossas idéias em realidade através das representações políticas que acharmos mais convenientes, pois a atividade política só terá sentido no mundo de hoje quando deixar de lado seus conteúdos ideológicos e passar ao pragmatismo de resolver, organizar e fiscalizar a vida de todos nós de maneira justa, ética e responsável.

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